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Propriedades de (JOCUM Ara)caju: Força! Categorias:
Artigos, Jornada 40 anos

Chegar em Aracaju foi uma surpresa. A gente que é do sul, do sudeste, às vezes tem uma ideia de que tudo mais pra cima do mapa caminha no perrengue – assim, meio sem estrutura. Mas a base de Aracaju, apesar de estar em um terreno pequeno, tem uma estrutura bem legal. Um prédio com vários apartamentos, refeitório, cozinha, um bloco de casas para casais e espaço para lazer, um campinho de futebol. Não é isso que anula o perrengue, claro. Perrengue sempre tem. Mas fidelidade de Deus também. E turma tem caminhado!

Apesar de ser um terreno pequeno se comparado com o de muitas outras bases, o espaço é grande agora para o número de obreiros que moram ali, são menos de 10 – sendo apenas um homem. A equipe já foi maior e, se Deus quiser, voltará a ser, mas a casa dessas mulheres – e daquele “um homem” – está caminhando com os esforços desses soldados valentes.

Nos dias que passamos em JOCUM Aracaju, pudemos ver de perto um fruto desse trabalho. A base tem foco em implantação de igrejas e, nas andanças da vida, os obreiros encontraram um rapaz que abriu seu coração a Jesus e tem sido intensamente transformado e renovado. Um jovem, que já aproveitou a pausa anual das escolas para passar um tempo com os missionários na base. Este ano, ele acompanhou a Escola de Férias que JOCUM oferece nesse período, mas ano que vem, o menino garantiu que vai participar. Legal, né? Mas não foi o que mais marcou.

Em outro de nossos dias na base, logo pela manhã no momento de intercessão, o mesmo rapaz pediu a palavra. Tinha algo importante a dizer. Levantou-se, afastou a cadeira e – como numa encenação teatral – começou a proclamar trechos da Palavra que nos ensinam sobre amar uns aos outros, servindo uns aos outros. Ao lado dele, um pote retangular (amarelo, se não me engano), cheio d’água, e uma pequena toalhinha sobre a cadeira já denunciavam o que o menino planejava fazer, gerando expectativas em todos os presentes. Expectativas e lágrimas.

Depois de dizer suas palavras e agradecer por um grande amigo que ganhara naquele tempo, um amigo verdadeiro, foi até ele – aquele “um homem” do qual falei antes – ajoelhou-se e começou a lavar seus pés. Um dos pés, na verdade. Antes que a cena terminasse e os dois se abraçassem, os aplausos vieram – junto com rostos atônitos e impressionados com a atitude serva e tão digna daquele rapaz que acabara de se juntar a nós. Rostos que perceberam o quanto ainda têm a aprender. E o quanto Deus é rico em nos surpreender.

Além de implantação, existe mais uma casa dentro da base, logo na entrada, onde funciona a Escola JOCUM de Referência, que oferece ensino infantil a muitas crianças na parte da manhã. Quase todos estão envolvidos com a escolinha. Uma das obreiras cursou pedagogia por causa da escola e, por isso, está sendo enviada a Guiné-Bissau na África, para servir o ministério através de sua profissão.

De tudo o que vimos em JOCUM Aracaju, enxergamos garra, força, coragem para continuar. Oramos para que Deus mande trabalhadores para a sua seara, porque ela está branca para a colheita e poucos são os trabalhadores. Mas louvamos a Deus porque vimos e tocamos pessoas que dedicam suas vidas em prol do Reino, renunciando a si mesmas a cada dia, tomando sua cruz e seguindo a Jesus. Como uma frase escrita num pano decorativo na parede do refeitório, “para salvar vidas, é preciso perder uma”. E nada é mais verdade naquela base. São guerreiros. Que Jesus os abençoe em todas as coisas! Amém.