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Os Anos 70

Dois Hotéis, um Navio Naufragado e uma Visão.

De Dezembro de 1969 até o verão de 1970 a Jocum conduziu sua primeira escola, a Escola de Evangelismo, com um total de 36 alunos. Os dormitórios bem como as salas de aula eram em um hotel alugado em Lausanne na Suiça.  Antes do final do ano a Jocum conseguiu comprar o hotel e Lausanne se tornou a primeira base permanente da missão.
Após alguns anos uma outra escola de JOCUM seria criada e se tornaria a porta de entrada para todos os outros programas de treinamento da Missão. Em 1974 a Escola de Evangelismo além de Lausanne passou a ser oferecida também em Nova Jersey nos Estados Unidos. Leland Paris, o líder da Escola em Nova Jersey e que hoje é também o ex-diretor da JOCUM para as Américas, começou a notar que muitos dos alunos que vinha para a Escola da JOCUM não tinham nenhuma experiência cristã.   Muitos tinham acabado de se converter por causa do “Jesus Movement” (um movimento cristão hippie que aconteceu nos Estados Unidos nos anos 70.) “Eu me lembro de perguntar a um aluno qual era sua experiência cristã”, recorda Leland,  “E ele me respondeu, drogas!.”

Depois de falar com Loren e outros líderes da JOCUM, Leland começou uma escola que, além de missões, passou a enfatizar os fundamentos bíblicos bem como desenvolvimento de caráter. Essa escola, a Escola de Treinamento e Discipulado (ETED) logo ficou conhecida e passou a ser oferecida também na Nova Zelândia e Los Angeles que agregou uma etapa de treinamento prático ao curso. Esse formato de três meses de aulas seguidos por dois ou três meses de prático é ainda utilizado hoje pelas ETEDs no mundo todo.

Em 1970 a JOCUM já contava com 40 obreiros de tempo integral e Don Stephens encontrou um antigo castelo em Munich na Alemanha que passou a ser base para 1.000 voluntários. Foi quando ele começou a preparação de um projeto de evangelismo para as Olimpíadas de 72. Esse foi o primeiro de muitos práticos da JOCUM em Olimpíadas.

Paralelo ao início do prático nas Olimpíadas, uma nova visão começou a surgir.  A Missão contava agora com três escolas, mas Loren sabia que ainda havia mais para a JOCUM e mais uma vez ele delineou a visão do navio missionário. O ano de 1973 era para ter sido o ano de lançamento do Navio de Misericórdia da JOCUM (Mercy Ships). Quase 100 obreiros de 15 países diferentes se encontraram em Osaka para um de seus encontros anuais.

Antes do encontro começar, o grupo se encontrava ansioso para discutir o potencial do navio “Maori” para o qual a JOCUM já havia dado o depósito de U$ 72.000,00. O pagamento final deveria ser feito duas semanas após aquele encontro anual. Mas Deus tinha algo diferente em mente. Ele revelou ao grupo o quanto estavam adorando uma ferramenta para o ministério ao invés de adora-lO. Com versículos bíblicos, visões e uma suspensão abrupta no apoio financeiro que tinha estado fluindo sem esforço até então, Deus interrompeu o ministério do Navio de Misericórdia.

Naquele mesmo ano o navio Maori foi vendido como sucata e todo o dinheiro e trabalho duro de 60 obreiros foram sacrificados na esperança de uma ressurreição do projeto.  Um homem de negócios que havia investido no projeto disse a Loren “Foi o melhor investimento que eu já fiz se você realmente escutou Deus.”.

Os 92 alunos que pretendiam estudar no navio Maori que estaria na Califórnia, mudaram seus planos e foram então para uma das escolas da JOCUM no Havaí. Foi lá, durante reuniões de oração do grupo, que nasceu a visão de uma universidade da JOCUM e a esperança de ter o navio ressurgiu.

Em 1977 essas visões começaram a se tornar realidade assim como um diamante bruto precisa ser lapidado.  A JOCUM alugou um Hotel em Kona no Havaí (Hotel Imperatriz do Pacífico) e iniciou um processo de limpeza e reformas para poder transformar o local em um campus universitário que inicialmente foi chamado de “Universidade Cristã da Ásia e Pacífico”.

Em 1978 o “King’s Kids” um ministério para crianças e adolescentes foi criado. Também nesse ano, Don Stephens visitou “Victoria” um antigo navio de passageiros em Veneza na Itália, e mais uma vez a visão de Loren para o Navio de Misericórdia foi confirmada por Deus. Cuidadosamente, por intermédio de Don Stephens, a JOCUM iniciou as negociações para a compra do navio. Enquanto as negociações aconteciam Don Stephens estava morando em um acampamento juntamente com 400 participantes de um prático. Em 1979 o navio terminou de ser pago e foi removido para a Grécia para ser reformado. O navio, que teve seu nome mudado para “Anastasis” (que em grego significa Ressurreição) estava em condições tais que somente sua cozinha levou 3 semanas e 25 pessoas para limpar.

Enquanto o Anastasis estava sendo preparado para o trabalho, a JOCUM também passou a enviar equipes para serviço em campos de refugiados na Tailândia. Gary Stephens, irmão de Don, liderou uma das equipes.

“Nossa equipe fez aquilo que nem os próprios refugiados queriam fazer: enterrar os restos humanos, consertar o encanamento do esgoto e privadas. Gary contou que os refugiados ficaram maravilhados. Ali estavam jovens que pagaram para ir fazer o trabalho que ninguém queria fazer. Vez após vez, eles tinha a oportunidade que tanto esperavam: eles eram questionados do motivo que os levou até lá…” – “Pode falar, Senhor. Estou Ouvindo”, Loren Cunningham.